Clara Albuquerque diz que ‘ser mulher’ a ajudou a entrar na crônica esportiva

A comentarista esportivo Clara Albuquerque (foto), da Rede Bahia (afiliada Globo), concedeu entrevista ao Yahoo!, por Rogerio Jovaneli, em que fala de diversos assuntos como se teve resistência para entrar na mídia esportiva pelo fato de ser mulher, a forma como foi parar na televisão, a mulher no jornalismo esportivo, entre outros pontos. Confira alguns trechos da conversa.

INTERESSE PELO ESPORTE
Sempre quis ser jornalista e sempre fui apaixonada por futebol, mas nunca tinha pensado em unir as duas coisas. Durante o curso de jornalismo, inclusive, cogitei fazer outra faculdade. No final da graduação, no entanto, escrevi um livro de futebol dedicado às mulheres (A Linha da Bola — Tudo o que as mulheres precisam saber sobre futebol e os homens nunca souberam explicar), que, depois de lançado, abriu as portas do jornalismo esportivo pra mim e acabei me apaixonando pela área.

RESISTÊNCIA POR SE MULHER
Não senti muita resistência porque entrei no mercado "brincando", justamente com essa ideia de que as mulheres não entendiam tanto de futebol. O convite para uma coluna de esportes no jornal [Correio] surgiu justamente porque queriam agregar também o público feminino. Claro, muita gente ficava surpresa, mas depois percebia que eu tinha bagagem e conhecimento sobre o assunto. No meu caso, ser mulher, ajudou.

PARAR NA TELEVISÃO
Fui convidada por Sérgio Pinheiro, editor do Bahia Esportes, programa local da TV Bahia, que já conhecia meu trabalho no Correio, para fazer o quadro Tudo às Claras, onde abordávamos a visão feminina de diversos esportes.

MULHER NO JORNALISMO ESPORTIVO
Infelizmente, ainda existe espaço no jornalismo esportivo para mulheres apenas por elas serem bonitas, mesmo que não entendam da profissão ou do esporte. No entanto, acredito que esse espaço é cada vez menor, pois aparecem cada vez mais mulheres competentes e preparadas, independente de serem bonitas. Sempre admirei a Vanessa Riche e a Glenda Kozlowski. As duas, inclusive, sempre me apoiaram e escreveram prefácio e apresentação do meu livro.

COMENTARISTAS MULHER NA TV
Não acho que faltam profissionais competentes, mas ainda há resistência do meio e do público para isso. Não há como negar que durante muitos anos o futebol foi um mundo fechado para os homens. O menino ganhava uma bola e a menina ganhava uma boneca. Não é uma ideia que vai mudar de repente, mas à medida que as pessoas forem percebendo que as mulheres podem entender tanto quanto os homens, as oportunidades irão aparecer.

PREPARAÇÃO PARA O TRABALHO
Estudo muito e sem parar. Como gosto de futebol desde pequena, muita coisa é bagagem que você vai colecionando ao longo dos anos. Outras coisas você precisa estudar, analisar, lembrar especificamente para cada jogo, é claro. Normalmente, antes de cada partida, procuro assistir um ou dois jogos anteriores das equipes, busco informações sobre variações de esquema utilizadas na temporada, estudo as últimas escalações e coisas do tipo.

COMENTARISTAS QUE ADMIRA
Gosto muito do Lédio Carmona e do Mauricio Noriega, do Sportv, e do PVC, da Espn

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