Globo prefere pagar ao invés de usar, de graça, imagens da Record

Para quem acompanha diariamente as informações ligadas a mídia esportiva brasileira testemunhou nos últimos dias a concretização de uma noticia interessante: a Rede Globo preferiu pagar a uma empresa estrangeira por imagens da Olimpíada que poderia usar de graça, cedidas pela Record. De acordo com texto assinado por Mauricio Stycer e publicado no UOL, como dona dos direitos de transmissão, a Record é obrigada a ceder gratuitamente um pacote diário para todas as concorrentes na TV aberta brasileira.

A emissora informou na semana passada as condições de uso deste material. Avisou que vai ceder diariamente seis minutos de imagens para serem usados em blocos de até três minutos em qualquer telejornal ou programa de cobertura nacional, num período de 24 horas. A Record exige, entretanto, que as emissoras enviem uma fita e a retirem na emissora, diariamente, às 18h30, com as imagens, que, porém, não poderão ser repetidas em cada programa.

Segundo a Record, até 2008, em Pequim, quando a Globo detinha os direitos de transmissão dos Jogos, “as imagens só eram liberadas para exibição em blocos de dois minutos, em apenas três programas ao longo do dia”.

A Globo afirma que procurou a Record em abril, querendo saber quais seriam as condições de uso destas imagens e que, como não obteve resposta, procurou o COI (Comitê Olímpico Internacional) para saber se haveria alternativas na obtenção de imagens. A emissora, então, comprou da OBS (Olympic Broadcast Services) um pacote pelo qual pode usar seis minutos de imagens em no máximo três programas jornalísticos regulares, podendo exibir até dois minutos em cada. Este pacote foi oferecido a empresas não detentoras de direitos dos Jogos por 6 mil libras (cerca de R$ 19 mil).

A OBS envia as imagens via satélite em boletins de 30 em 30 minutos. Não há restrição para replay e é possível usar uma mesma cena nas 48 horas seguintes. O acerto com a OBS limita o uso das imagens a três telejornais (diferentemente da Record, que permite que elas sejam usadas até oito vezes no intervalo de 24 horas) e a dois minutos por programa (em vez de três, como oferece a concorrente), mas deixa a Globo com maior oferta e agilidade.

Ao comprar este pacote, a Globo se comprometeu a sempre creditar as imagens ao detentor dos direitos no Brasil, a Record, mas não precisa mostrar a logomarca da concorrente, o que teria de fazer se utilizasse as imagens cedidas de graça. As limitações estabelecidas pelo OBS são, de fato, exigências do COI, que a Globo, como qualquer outro não detentor de direitos, se comprometeu a aceitar.

ATUALIZAÇÃO (17h40): A Record informou ao jornal O Estado de São Paulo, por Cristina Padiglione, que a Globo sempre soube que teria as imagens cedidas por ela, mas o acordo com o Comitê Olímpico Internacional (COI), em que a Record conseguiu maior flexibilidade para a cessão de imagens, só foi fechado nos últimos dias e logo foi, segundo a Record, comunicado à Globo.

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