Ex-narrador Alexandre Santos, da Band, diz ter medo de usar sobrenome verdadeiro

“Apontou, guardou!”. Esse foi apenas um dos bordões utilizados na TV Bandeirantes pelo ex-narrador Alexandre Santos (foto), 72 anos, atualmente aposentado e que apenas acompanha a nova geração e os antigos companheiros da poltrona de sua casa. “Meu tempo já foi. Agora estou velhinho, velhinho. Agora fico vendo os caras trabalharem. Quero paz, tranquilidade. Quando o jogo está ruim, até mudo para um filme. É só um passatempo agora”, brincou.

De acordo com o UOL Esporte, Alexandre Santos começou em 1958 na Bandeirantes e só trabalhou nesta empresa. Passou pela rádio e pela TV por assinatura BandSports. Narrou os mais diversos esportes. Há 12 anos, teve um AVC e precisou ser afastado das transmissões.

Chegou a ficar rouco durante um tempo pela sequela provocada. Passou a aparecer em pequenas gravações, mais para matar a saudade. Mas hoje diz estar muito bem de saúde e sem nenhum problema. Ainda continua a prática da natação.

“Há uns 12 anos eu nadava de segunda, quarta e sexta e não tinha nada. Jantava e comia bem, mas tive um AVC. Fiquei roco uns quatro anos e a Bandeirantes ficou me ajudando com tudo. Fiquei um tempo sem muito equilíbrio e passei a andar com uma bengala. Engordei 18 kg. Mas voltei a dirigir e de fim de semana vou ao meu sítio nadar. Hoje não tenho problema nenhum, nenhum. Faço natação e levantamento de peso”, comentou.

Alexandre foi o idealizador do programa “Gol, o grande momento”, ainda exibido até hoje pela TV Bandeirantes e que tem apresentação de Milton Neves.

“Foi o meu grande momento, claro, com o Brasil inteiro. Passa um gol que eu narro, da turma passada, e sempre me falam. Produzi e apresentei por 33 anos e depois passei os direitos autorais para a Bandeirantes. Agora está em boas mãos, com o Milton, que é muito meu amigo. Ele tem uma condição de apresentador, improviso e disposiçãoo de trabalho que nunca vi.”

Além de “Apontou, guardou!” e “Cutucou, guardou!”, Alexandre diz ter idealizado outras 177 expressões ao narrar os mais diversos esportes.

“Eu gostava de criar frases. Tem também ´Ele e a  bola, o goleiro e o gol´. Tem o ´Um gol maior, vai que a festa é sua´, ´está deixando a bola quadrada´. Nem consigo lembrar todas mais. Mas eu tenho elas todas escritas e guardadas comigo. Eu tenho 179 frases que usava nas transmissões. Gostava de ousar e pensar em jargões novos.”

Alexandre Santos se chama, na verdade, Antônio Hélio Spimpolo. Mas preferiu usar este nome artístico porque acreditava que faria mais sucesso. Disse que refutou usar seu verdadeiro sobrenome pois temia que virasse alvo de brincadeiras.

“Há 46 anos, na TV Tupi, tinha um jornalista que já se chamava Antônio Hélio. Então eu tinha que usar outro, porque esse nome já existia. E o pessoal me falava: ´Spimpolo não pega, Spimpolo não pega. Com nome de Spimpolo você vai acabar virando Pimpolho. Isso ia render apelido”, falou.

“Eis que então pensei em usar um outro. Coloquei Alexandre porque era  o nome de um irmão. E quis fazer uma homenagem ao dia de todos os santos, que foi quando tive uma poliomielite e acabei me recuperando. Matou um monte, na época, essa doença. Mas eu escapei”, continuou.

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