O pano branco da discórdia, por Albio Melchioretto #41

Colunista analisa recente caso ocorrido no Allianz Parque (Foto: Guilherme Palenzuela/UOL)
A propaganda é a forma de comunicação mais conhecida popularmente. É uma técnica de comunicação de massa, cuja finalidade é fornecer informações a um público determinado, provocando atitudes e ações positivas em relação aos produtos, serviços e marcas. O papel da propaganda não é vender, mas preparar para a venda, mostrar, fazer o produto conhecido. Tornar a marca algo próprio dos discursos. O esporte de auto rendimento sobrevive graças a marcas que estampam propagandas em camisas, pintam equipes de automobilismo ou dão nome as arenas, entre tantas outras ações. Ocultar tais “apoiadores” é no mínimo, um desserviço, senão uma sem-vergonhice.

Trago para a reflexão esta semana o ocultamento do nome Allianz, em Allianz Parque, na estreia do Palmeiras pelo Brasileirão Chevrolet. Como é sabido de todos, funcionários de uma empresa terceirizada, não nomeada pela CBF, ao montar as placas de publicidade, por excesso de zelo, cobriu o nome do estádio palmeirense no jogo contra o Atlético/MG. Segundo nota oficial da CBF, em seu site, afirma que “vale ressaltar que o problema foi detectado e devidamente corrigido pela diretoria de Marketing da CBF e não se repetirá nos jogos do Campeonato Brasileiro”. Esta explicação é a oficial. Poderíamos questioná-la, mas por ora, vou ficar com a versão oficial, mas relutando.

Pensar a profissionalização do futebol é pensar a profissionalização do mercado que ele desperta. O futebol não está restrito a linha de campo. Se uma empresa comprou o direito de explorar o nome do estádio, assim deve ser. Não existe Arena Palmeiras, nem Parque Antártica (naming rights espontâneo), mas é Allianz Parque e ponto. A empresa pagou para ser vista. Qual o problema? A postura pueril de tampar ou de não pronunciar impede que outras ações deste tipo aconteçam. Dinheiro no cofre de clube pode reverter-se em um futebol de melhor qualidade. Sonho em ver o dia que nosso futebol será tão valioso como o futebol inglês, mas para isto é preciso desprender-se de certos comportamentos e mercantilizar ainda mais o esporte. Existe um contrato entre a detentora do campeonato e os clubes. Será que a ignorância dos contratantes não conseguiu em pensar tais situações? Lembro que o atual contrato de Palmeiras fora assinado pelo ex-presidente Arnaldo Tirone. Também lembro que é prática usual do Grupo Globo estuprar marcas, vide o que é feito com Vôlei e Basquete e mais recentemente a criação fantasiosa do RB Brasil, ocultando vergonhosamente a marca investidora RedBull. Mais do que crucificar canais exibidores e organizadores dos campeonatos (que falham e prestam um desserviço) é perceber a parcimônia dos clubes diante dos contratos de transmissão. Ficam contentes com moedas de troco e não brigam por cláusulas que garantam maior exposição sua e de seus patrocinadores. Volto a uma ideia que há tempos venho escrevendo, é preciso profissionalismo na gestão também, um bom exemplo tomado pela atual administração do Palmeiras.

Albio Melchioretto - colunista do Esporteemidia.com
albio.melchioretto@gmail.com
@amelchioretto








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