Alipio Jr. #102: Violência seletiva

Colunista questiona se a Globo pode realmente definir o local das partidas (Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo)
Que os clubes brasileiros são desorganizados não é segredo para ninguém. Sabemos disso. As Olimpíadas foram anunciadas há anos e nenhum dos 4 (quatro) times do Rio de Janeiro se preparou para a possibilidade de não ter onde jogar. Ninguém pensou numa alternativa ou planejou o que fazer. E aí começaram as justificativas e desculpas que apenas mascaram a incapacidade de seus dirigentes.

Retirado esse elefante da sala, avançamos no tempo e chegamos ao ponto em que Botafogo e Fluminense arrendaram estádios, como faz o Atlético-MG, por exemplo. Reformaram, investiram grana e venderam pacotes para o sócio torcedor, objetivando cativar um público que agora sabe onde os jogos acontecerão. Tudo ótimo se não fosse pela dona de tudo, a nossa boa e velha Rede Globo.

Alegando problemas com a segurança de sua equipe, a patrocinadora exigiu que a mudança do jogo pela Copa do Brasil entre Fluminense e Ypiranga fosse transferida para o Estádio da Cidadania em Volta Redonda. A simpática Cidade do Aço que me perdoe, mas não dá para ter jogos lá. O público não vai, o gramado está em péssimo estado e pasmem, lá também há violência. Pode ser em menor quantidade, mas está longe de ser um padrão europeu.

Alipio Jr. - colunista do Esporteemidia.com
@alipioj
Quando pensei na coluna desta semana me dei ao trabalho de pesquisar os índices de violência perto de cada estádio mais acanhado desse nosso Brasil, onde costumeiramente acontecem os jogos. Foi fácil encontrar todos os tipos de relatos violentos, sem exceção. Infelizmente faz parte da rotina do nosso país.

O que causa espanto é que esse motivo não foi falado abertamente pela emissora, obviamente, contudo, posteriormente o Fluminense enfrentou o Cruzeiro lá, no mesmo Giulite Coutinho, pelo Campeonato Brasileiro, num domingo. O mesmo local violento, o mesmo bairro perigoso e com as mesmas condições que a emissora tentou evitar antes.

Sendo assim quero chama-lo a reflexão: Deve ser a patrocinadora a decidir se o local é perigoso ou não? Pode ser ela a definir se o clube utilizará o seu estádio ou não? Quem arca com os custos dessa mudança do jogo? E por fim, mas não menos importante e o Estatuto do Torcedor já não serve para nada mesmo, né?, por que ninguém se preocupa mais com os prazos estipulados por ele.

Um grande abraço e até a próxima.

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