Albio Melchioretto #103: Só há espaço para o futebol? A saga continua...

Levantamento do colunista mostra que 54% das transmissões esportivas na TV são de futebol (Foto: Reprodução)
É muito bom acessar o site e perceber tantas conexões e tantos comentários. A participação de nodos me instigou a revisitar ao tema. E o tema no tempo pós jogos é interessante para perceber a mudança radical de pautas de uma semana para outra. Os assinantes das maiores operadoras contaram ainda com alguns dias de degustação do SporTV4 com reprises de programas e competições olímpicas. Gostei da iniciativa.

Alguém está acompanhando reprises no canal?

Desde segunda-feira, 22, até o domingo 28, quantifiquei as transmissões esportivas “ao vivo” e “inéditas” em canais de televisão linear, apontados pelo site. Desconsiderei as transmissões em aplicativos ou playeres. Fiz isto pensando em dados que pudessem justificar a mídia “futebolcentrica” que vivemos. A pesquisa não considera o tempo de transmissão, apenas os eventos nomeados em si. Ao longo do período foram 54% de chamadas para o futebol; 13% automobilismo; 5% lutas, de várias ligas e nomeações e também 5% de ciclismo, motivado pela Vuelta de España; 4% futebol americano e os demais esportes, juntos somam 19%. Levantamentos deste tipo não podem ser uma regra para discuti o tema, porque a mídia esportiva trabalha com eventos sazonais. Se tomássemos semana próxima, o tênis teria maior aparição, como a presença do futebol americano tende a ser maior nos próximos meses. Mas não tenho intenção de verdade, apenas para olhar o espaço que o futebol ocupa nas chamadas da primeira semana após o Rio-16, e o que sobrou para os outros.

Albio Melchioretto (Colunista)
Contato: albio.melchioretto@gmail.com
Twitter: @amelchioretto
Não haverá retorno de mídia se o espectador não construir uma cultura olímpica. O retorno depende da exposição, da geração de espectadores acostumados com determinadas categorias. Vide o exemplo dos aficionados da NFL e a política de popularização do esporte. Para que os esportes olímpicos alcancem novo patamar, a mídia, antes do retorno precisa pensar a exposição. O estar na tela gera uma fidelidade para o evento. Tomo o não-olímpico futebol americano como um exemplo de aumento significativo de audiência ano após ano. Canais deveria insistir nesta fórmula de exposição. De modo tímido e escondido a RedeTV! se propôs como Rugby, agora esperar para crer.

Porém, a lógica do mercado não permite a perpetuação de iniciativas de um tempo diferente do tempo do lucro. A Rádio Bradesco Esportes teve seu projeto olímpico abortado e hoje é apenas mais uma que fala, fala e fala de futebol. A Band aberta vai demitir parte do departamento esportivo. Então, como esperar retorno se não há investimento para a cultura da fidelidade?

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