A principal interessada é a empresa MP & Silva (Foto: Rafael Ribeiro / CBF) |
Ao lado da empresa de Kleber Leite, ex-presidente do Flamengo, a Traffic detém os direitos de comercialização da transmissão da competição para países estrangeiros, além de explorar a publicidade com o torneio, em placas e outras propriedades. O contrato, que vai até 2022, foi alvo de investigações do FBI (a polícia federal americana).
Atualmente, Hawilla vive em liberdade nos Estados Unidos, mas, pelo acordo que fez com a Justiça americana, não pode deixar o país.
Ao confessar extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça, ele concordou em devolver cerca de US$ 151 milhões (R$ 485 milhões no câmbio atual) —já pagou parte do valor e tenta arrecadar dinheiro para quitar o restante.
Seus depoimentos foram essenciais para que viesse à tona o maior escândalo da história do futebol, que ficou conhecido como Fifagate.
No meio do futebol, seus parceiros de negócios, ou antigos parceiros, afirmam categoricamente: Hawilla está vendendo tudo que tem relacionado ao esporte.
Segundo apurou a reportagem, o empresário paulista já se desfez dos contratos que tinha da Libertadores e da Copa Sul-Americana. Por enquanto, mantém os ativos que tem em porcentagem de direitos econômicos de jogadores e em diretos da Copa América, que não são negociáveis no momento.
A principal interessada na aquisição dos contratos relacionados à Copa do Brasil é a MP & Silva, uma das maiores empresas de marketing esportivo do mundo.
Ela tenta se firmar na América do Sul e carrega como proposta organizar uma espécie de Liga dos Campeões das Américas, o que ainda está longe de sair do papel.
Segundo apuração da reportagem, a negociação atual chega a US$ 35 milhões (R$ 112,5 milhões).
Não necessariamente todo o dinheiro será transferido para a Justiça americana, mas é provável que parte do valor seja utilizado para ajudar a quitar a dívida de Hawilla com as autoridades dos Estados Unidos.
Procurado, Kleber Leite confirmou que há de fato interesse de Hawilla de vender sua parte no negócio e disse que em nome da Klefer (empresa de Leite) não colocou obstáculos para que as negociações sigam em frente.
Pelo acordo com a Justiça dos Estados Unidos, Hawilla não pode falar com a imprensa. Seu advogado, José Luís de Oliveira Lima, disse que não comentaria o assunto.
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