Albio Melchioretto #113: Ode ao mais do mesmo

Colunista fala de intolerância e cita caso do Corinthians e a ESPN (Reprodução)
Há um texto de pensadores espanhóis, Julia Varela e Alvares-Uria que tratam da escola como uma engrenagem de uma maquinaria. Promovendo uma aliteração para o futebol, penso que a relação clubes com a mídia também se submete a engrenagens de uma maquinaria. Quando há vozes dissonantes, fatos e ações sufocam para que tudo permaneça exatamente como está, num fluxo de manutenção. O futebol brasileiro irá mudar? Não creio.

Albio Melchioretto
albio.melchioretto@gmail.com
@amelchioretto
Mas quando algo rompe a uma ordem natural da máquina, algumas vozes tornam-se notícias. Qual o limite entre o politicamente correto, a provocação e a notícia? Narrador da Gaúcha provocando os espectadores no caso da final da Copa do Brasil; Corinthians reclamando da ESPN. Penso que há momentos que exageramos na linha da “corretice” normativa e esquecemos que provocações podem nos fazer pensar e encontrar bons argumentos. A sociedade da intolerância se instala em todos os níveis, como se fossem braços de um polvo gigante abraçando a tudo e a todos. O comentarista da Gaúcha ao chamar o Galo de timeco, podemos classificar de infeliz. A ESPN faz um jornalismo menos pastel, se comparados com os concorrentes, noticiandos aspectos além de quatro linhas e é acusada de perseguição, o jornalismo então deveria ser apenas uma engrenagem? Mas a questão que provoco, não é a qualidade em ambos casos, mas a intolerância diante dos comentários, notícias e provocações.

A intolerância chega também ao nível dos clubes na relação com a mídia. Lembram que a Primeira Liga iria promover uma revolução no futebol? Não passou de muito blá-blá-blá. O grupo não consegue pensar numa licitação para venda dos direitos, membros ameaçam sair, e nisso tudo os opositores começam a sorrir. Sim é uma briga de lados. Caso a PL obtivesse sucesso, poderia ser uma ponte para uma liga forte. Mas os dirigentes do futebol preferem discutir questões periféricas a partir de impedimentos mal marcados do que necessariamente a reforma do futebol. Enquanto vemos o futebol assumir o fracasso a partir dos cartolas, comentaristas gritam minimizando adversários. O ano termina e tudo permanece exatamente como está. Rodando e rodando no mesmo compasso.

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