Edmundo faz analogia com ex-colega de trabalho para criticar futebol argentino

Edmundo durante debate no 'Expediente Futebol' (Reprodução)
O debate esquentou na edição da última sexta-feira (11) do 'Expediente Futebol, no FX Sports, nesta sexta-feira (11) a partir do momento em que Edmundo disse considerar os jogadores argentinos supervalorizados e em sua argumentação fez analogia com a beleza mais ou menos de uma colega de emissora onde trabalhou. A informação é do UOL Esporte.

O ex-jogador não disse o nome da pessoa nem do veículo, mas afirmou que Leandro Quesada, ex-colaborador do Grupo Band e seu companheiro de comentários no canal esportivo, presente na mesa, sabia do que falava.

"Queria fazer um adendo, o Quesada vai entender o que vou dizer. Trabalhávamos em uma outra emissora que tinha uma mulher lá que era realmente muito bonita, mas ela se vendia mais do que ela realmente era, porque no vídeo ela era bonita e lá nos corredores era mais ou menos. Acho que o futebol argentino acontece muito isso. Eles vão muito baratos pra Europa, acabam jogando em grandes times. Por exemplo, o [zagueiro Nicolás] Otamendi joga no Manchester City, teve aqui no Atlético-MG e não deu na bola. O Kun Aguero aqui seria apenas mais um. Eles se vendem muito bem", cornetou.

Mencionado, Quesada fez coro e sobrou até para Messi, segundo ele, avaliado muito acima do que rende em campo. "O Messi é extraordinário, só que a gente coloca o Messi dez pontos acima do que ele realmente é", disparou, para completa discordância do comandante da atração vespertina, o narrador João Guilherme: "Não, o Messi é brincadeira, e a gente coloca onde o Messi tem que estar. Não é porque não jogou nada ontem que ele não rende o que ele joga no Barcelona. Então o mundo inteiro coloca o Messi acima do que rende, na sua opinião?", questionou, indignado.

"Só que eu acho uma estupidez falar que o Messi é maior do que o Pelé", argumentou o comentarista. "Mas na minha opinião ele só está abaixo de Pelé e Maradona", retrucou o apresentador.

"Eu respeito a sua opinião, você é o comandante do programa. Se eu não puder falar…", estressou-se Quesada. "Eu estou respeitando a sua opinião. Agora, a gente colocar o Messi…", desabafou João Guilherme.

Edmundo, notando o clima quente, tentou descontrair: "Eu não queria criar polêmica", avisou, rindo. Em vão, porque outro comentarista, Paulo Lima, também na intenção de brincar, acabou irritando ainda mais Quesada. "Deixa o Quesadinha falar", disse, rindo.

"Não é Quesadinha, aqui não tem amizade, aqui é profissionalismo, okay?", rebateu, sério, o analista. "É Leandro Quesada. Não tô aqui para ser amigo de ninguém, tô aqui para expor a minha opinião", acrescentou.

"Você não falou isso quando te paguei um café agora a pouco", botou mais pilha outro colega, Luciano Calheiros.

"É difícil, viu?", bufou Quesada. "Eu tô dizendo que o argentino quer ser mais do que ele é. O Kempes foi um grande jogador, mas sempre colocaram a mais do que ele era. O Higuaín é extraordinário, mas ele não é mais que o Batistuta. O Kun Aguero é bom? É bom, mas não é mais do que o Caniggia. Nós temos uma mania, e é uma mania mundial, de acreditar nos argentinos e eles sempre colocam os jogadores deles a mais do que são. Não ganham uma Copa do Mundo desde quando? Ganhamos duas [nos 24 anos sem conquistas dos hermanos]", gabou-se.

"O que acontece os técnicos argentinos têm um mercado fortíssimo no futebol europeu, ao contrário dos nossos técnicos que não têm vida longa por lá. Então conseguem, através desses técnicos, levar os seus talentos, que não poucos, são muitos, sim. Queira ou não queira, o futebol argentino é talentoso, é acima da média, só que esse futebol argentino que jogou ontem aqui não é a verdadeira seleção argentina, a partir inclusive do seu comando", analisou Paulo Lima.

"Acho que a gente é paga pau de futebol argentino", acusou Quesada, ganhando apoio de Edmundo: "Parabéns, Quesada, é verdade."

Paulo Lima, rebateu ambos: "Argentina tava na última Copa e foi à final. Jogou pouca bola?"

"E daí, ganhou?", devolveu Quesada.

"Mas o que que tem? Em 1982 nós tínhamos a melhor seleção e não ganhamos a Copa. Ninguém e mais fã do futebol brasileiro do que eu, Leandro Quesada. Entendeu? Eu sou. Quem me conhece, sabe", pontuou Paulo Lima.

"Você é puxa-saco do futebol argentino", atacou o colega novamente, Quesada.

"Não, não sou puxa-saco. Quem tem qualidade, tem, e eles têm, sabem jogar bola", rebateu.

"É difícil, acho que eu me comunico mal. Eu não disse que os argentinos não têm bons jogadores, eu tô dizendo que há uma tendência de se colocar os jogadores da Argentina num patamar mais alto do que eles estão. Temos uma tendência de complexo de vira-lata, mesmo sendo cinco vezes campeão do mundo", criticou Quesada.

Via link ao vivo direto de Belo Horizonte (MG), o também comentarista Paulo Vinicius Coelho entrou no debate: "Na lista dos 15 maiores jogadores, nos 15 mais caros jogadores da história, tem quatro brasileiros e três argentinos, então não é bem verdade que a gente não sabe se vender. Não acho que os jogadores brasileiros são hoje mal vendidos e os argentinos bem vendidos. Já foi mais assim e tem transferências importantes envolvendo brasileiros. Gabriel Jesus, por exemplo, custou 33 milhões de euros, valor grande para um jogador de 19 anos. Não tem um jogador recentemente que sai de Buenos Aires para jogar na Europa por esse valor", argumentou.

Na volta ao estúdio, Edmundo, tentou se explicar: "Não quero aqui só criar polêmica, não, mas eu não tô dizendo que se compra jogador argentino mais caro do que jogador brasileiro, é sobre se autopromover mais. Os argentinos se adaptam melhor à Europa, em função do clima e de uma série de coisas, por isso falei que se autopromovem mais do que o futebol brasileiro, e a gente aqui tem uma mania de valorizar mais o produto estrangeiro do que o nosso próprio produto, por isso citei a menina que trabalhava na Band."

"Pra terminar, somos o maior vencedor de Copa do Mundo, o futebol europeu só tem dinheiro e aí eles têm mais fama e eu acho que no Brasil temos treinadores tão bons ou melhores do que Guardiola, Mourinho, Ancelotti, só que os brasileiros não têm oportunidade de trabalhar lá, ponto. O Mário Sérgio tá correto. Se nós temos que ir lá trocar informações, eles tinham que vir qui, também, só que eles são tão nariz empinado que não tem humildade para aprender com o nosso futebol pentacampeão", desabafou, concordando com outro comentarista do canal, Mário Sérgio, crítico da presença de técnicos estrangeiros no país e que havia mencionado Edgardo Bauza, atual treinador da seleção argentina e que anteriormente havia tido maus resultados também à frente do São Paulo quando aqui trabalhou.

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