Alipio Jr. #116: Programação e homenagens que deram orgulho

Colunista comenta cobertura da tragédia com o voo da Chape (Nelson Almeida/AFP)
Um dos grandes problemas da mídia sempre foi a espetacularização da desgraça. Todo e qualquer desastre evoca alguns minutos de solidariedade para na sequencia ser dramatizado por alguns canais de televisão, na tentativa desesperada de capitalizar alguns pontos na audiência, extraindo o que há de pior de um momento de dor. É sempre assim. Há muito tempo é assim.

Por causa disto é imperioso ressaltar o que foi feito pelos canais esportivos nos últimos dias. Não sei se assisti a tudo que podia, mas vi boa parte do que foi exibido e foi de dar orgulho, foi de demonstrar que a imprensa quando quer é capaz de deixar de lado meninices e agir com a imparcialidade que esperamos.

A tragédia da última semana atingiu em cheio todos os profissionais esportivos, por cortar profundamente na própria carne. Já pararam para pensar na quantidade de viagens que cada equipe de reportagem faz semanalmente? São dezenas de profissionais que, pelo menos, 2 ou 3x na semana atravessam o país e fazem várias viagens internacionais que devem ter pensado: “A vida brincou de roleta russa, meus amigos perderam e eu escapei dessa”.

Alipio Jr.
@alipioj
Essa comoção fez o protocolo ser quebrado e a barreira dos canais, constantemente atravessada. Emissoras que escondem o logotipo não só o mostraram como citaram em diversos programas esportivos. O que é muito justo e foi muito correto. Uma lágrima fujona me escapou um par de vezes, assistindo a vários programas e acompanhando a emoção de todos.

A partir do que foi feito na última semana fica o grande questionamento e a pergunta do milhão: Será que não dá para ser assim sempre?

Ontem à tarde, na Rádio Globo/RJ, Luiz Penido, apresentador e principal narrador da casa, promovia uma enquete sobre como será quando a comoção passar e a vida seguir, com sempre acontece. Disse, ao vivo, que estava decepcionado com o resultado e não acreditava que as pessoas fossem tão incrédulas, quanto notou que todos os ouvintes diziam que em pouco tempo, tudo voltará ao normal, como é característico do brasileiro e a sua memória curta. O que é verdade, infelizmente.

Espero que de tudo isso fique apenas a lição de que as emissoras são concorrentes e não inimigas. Não é o ato de mencionar um profissional ou mostrar uma imagem que fará esta ou aquela ter mais audiência. Há outros fatores envolvidos e não são poucos, exigem calma na análise. Que tudo isso seja pensado, aproveitando o final da temporada e, parafraseando o Rei, daqui pra frente, tudo vai ser diferente...

A crise não acabou e pelo visto, a junção Globo/CBN não amainou os problemas financeiros. A demissão de profissionais que estão há anos e são quase uma referência do dial, como Pequetito em Minas Gerais e Evaldo José, no Rio de Janeiro é de se lamentar. Que consigam se recolocar no mercado rapidamente.

Abraços e até a próxima.

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