Jornalista diz que mudou de lugar quatro vezes no voo da Chape

Rafael Henzel é jornalista da cidade de Chapecó (Reprodução)
Um dos seis sobreviventes do acidente que matou 71 pessoas no fim do mês passado, na Colômbia, o jornalista Rafael Henzel relembrou os momentos que antecederam a colisão do avião da Lamia com um morro nas proximidades do aeroporto de Medellín. Em entrevista a Flavio Prado, da Rádio Jovem Pan, ele relatou que a aeronave estava tomada por um clima de alegria pela histórica viagem da Chapecoense à final da Copa Sul-Americana. Além disto, classificou como um milagre o fato de ter sido resgatado com vida algumas horas depois do acidente.

Henzel revelou que, durante a viagem, o clima de euforia no avião era tão grande que ele trocou de lugar quatro vezes para conversar com amigos. "O voo estava acontecendo na maior tranquilidade. Estava um clima maravilhoso. Imagine só... Era o time de uma cidade de 200 mil habitantes indo disputar uma final internacional... Estava todo mundo no auge, tudo maravilhoso. Estava todo mundo muito feliz de estar ali, naquele avião", afirmou.

"Eu, inclusive, troquei quatro vezes de lugar, porque era um voo fretado e havia alguns lugares vagos... Eu estava revendo muitos amigos. Ia lá para frente e conversava com um. Voltava para o fundo e falava com outro... Até que me sentei ao lado de um colega da RBS, e começamos a falar sobre coberturas históricas, o momento da Chapecoense... Foi quando as luzes do avião se apagaram, e eu afivelei o cinto", acrescentou.

Quando o avião se colidiu com o morro, Henzel estava na penúltima fileira do avião, sentado entre a janela e o corredor. Os dois companheiros que estavam ao seu lado morreram. Ele, não. Para o jornalista, não há como explicar, racionalmente, o fato de ele ter sobrevivido. "Alguns falam em probabilidade, sorte... Mas eu acredito que aconteceu um milagre ali naquele morro", afirmou, referindo-se ao local em que foi resgatado pelos socorristas colombianos.

"Eu fiquei logo na primeira parte da montanha, onde estava a cauda, porque estava sentado na penúltima fileira do avião. Eu e meus dois colegas ficamos presos a duas árvores. Eles já estavam mortos. Eu só despertei quando vi uma lanterna e alguém gritando, porque os socorristas estavam a uns 200 metros de mim, resgatando o Folmann e o Ruschel. Estava muito frio, muita chuva, e o milagre aconteceu...", relatou.

De acordo com Henzel, não houve nenhum pânico nos longos minutos que antecederam o acidente. Apenas um pouco de tensão pelo apagar das luzes e o desligamento dos motores do avião. "A partir do momento em que as luzes e os motores se apagaram, eu me sentei e coloquei o cinto de segurança. Todo mundo ficou um pouco tenso. Não me lembro quanto tempo depois, o avião se colidiu com o morro", revelou. "Mas não houve desespero, despressurização da cabine, queda de máscara. Nada. Houve, apenas, uma colisão de uma hora para outra. Eu ouvi o estrondo, apaguei e só fui acordar um pouco antes de ser socorrido", finalizou.

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