Rafael Henzel com a esposa no hospital (arquivo Pessoal) |
"Sempre que nós perguntávamos quanto tempo faltavam, eles diziam: faltam dez minutos. E depois, eles diziam: "faltam dez minutos, faltam dez minutos". De repente, simplesmente, desligaram as luzes, desligaram os motores, e todo mundo voltou para o seu assento no avião. Aí aconteceu um certo temor. Mas, em nenhum momento, alguém da cabine disse: "Coloquem os cintos de segurança,porque há risco disso ou daquilo". Ficamos voando, sem saber absolutamente nada do que ia acontecer".
Segundo Henzel, não houve apreensão em qualquer momento no voo que rumaria para a Colômnia:
"Ninguém imaginaria que a gente iria bater naquele morro! Nós ficamos voando, sem saber absolutamente nada do que iria acontecer".
O radialista afirmou que somente notou a apreensão por estar próximo de dois de comissários. Sua cadeira estava na penúltima fila do avião:
"Dois dos sobreviventes bolivianos estavam atrás de mim. Eu reparei que houve uma aflição muito grande por parte da comissária (Ximena Suarez). Quando ela estava muito aflita, realmente a aflição tomou conta. Mas não lembro de gritaria. Houve um silêncio assim, estarrecedor. A gente não sabia do que estava acontecendo, até vir o choque".
Em seguida, Henzel demonstrou perplexidade sobre o despreparo da LaMia para o voo:
"O que eu fico mais impressionado é que as pessoas morreram não por uma falha mecânica. Morreram por falta de discernimento. de um sujeito que, de repente, fez uma economia boba. isso é revoltante!"
De acordo com o mais recente boletim médico, Rafael Henzel está respirando bem, com infecção pulmonar controlada. Inclusive, na entrevista, ele, com a voz embargada, já planeja retornar ao Brasil:
"Eu só espero pisar... pisar em Chapecó. eu quero voltar a pisar no solo chapecoense. Todas essas mensagens positivas. A troca de carinho povo brasileiro. tanto pra mim, quanto para o Follmann, quanto para o (Alan) Ruschel. Não podemos reclamar do fim de ano".
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