Coluna #143: CBF precisa mais da Globo que imaginava, por Albio Melchioretto

Colunista fala do jogo da seleção sem ser mostrado na Globo (Reprodução)
No espaço de hoje, antes do tema da semana, deseja boas vindas ao novo colunista, Aécio de Paula. Que tenha muitas linhas e que nos provoque com inúmeras reflexões. Assim, como os outros colegas de espaço o fizeram, quero também aportar a questão do jogo do Brasil via CBF TV. Diferente dos colegas, o faço com a segurança de ter acompanhado a partida, embora em DVR (Digital Video Recorder).

A escolha da CBF em fazer uma transmissão própria me parece, no mínimo equivocada. Não quero fazer uma defesa da Rede Globo, mas esconder o próprio produto não é uma decisão muito inteligente. A CBF precisa da Globo para mostrar seu produto. Precisa mais do que ela possa mensurar. Este jogo foi visto por poucos. Especula-se mais de vinte milhões de parabólicas de recepção analógica no Brasil hoje. Nem TV Cultura, nem TV Brasil tem mais sinal analógico. Ninguém viu. O sinal das duas emissoras públicas abertos estão restritos aos centros das cidades. O interior deste país de dimensões gigantes sofre ainda com a precariedade da recepção aberta analógica. O jogo ficou restrito a uma minoria de usuários de televisão digital dos grandes centros urbanos e aos assinantes de televisão, que por força de lei carregam da TV Brasil.

Mas e a internet? Estimados, tive muita dificuldade, mesmo com uma banda interessante no ambiente de trabalho, de acompanhar o jogo pela rede. Desisti depois do terceiro congelamento. Quiçá os que possuem conexão com limitação de dados. Mesmo com dados fantásticos, os números de visualizações apresentadas pela CBF não contempla o tempo de visualização. Logo, bastou conectar em algum instante para pontuar, diferente da média mostrada pelo Ibope.

Um jogo para poucos.

Um produto que não é visto, não será vendido. A CBF tem mais a perder com a pouca penetração do seu produto que a Globo com a possibilidade de ver o futebol na concorrência, se é que existe canais concorrentes!

Albio Melchioretto
albio.melchioretto@gmail.com
@amelchioretto
Segundo dados prévios do Ibope, o jogo fora da Globo não trouxe mudança em sua audiência. A transmissão alcançou média de 2.8 pontos na TV Cultura; 0.6 de média na TV Brasil e na TVT deu 0.2 de média. Somadas, as três, a partida alcançou 3.6 pontos. Isto apenas na cidade de São Paulo. A Rede Globo manteve os habituais 11 pontos no horário. Nada de novo debaixo do sol.

Além do fracasso dos números a transmissão feita pelo promotor do evento é deficitária. Prieto fez um ótimo trabalho. Ponto. A transmissão chapa branca pouco oferece ao espectador que viu. Pelé me lembrou diversas vezes de Romário, “calado é um poeta”. Comentários vagos, errando nome dos atletas e nada acrescentou para análise tática. O repórter atuou mais que ele. Pouca interação entre Prieto e Denilson. Ficou evidente a falta de entrosamento para um jogo. Tanto Denilson quanto Pelé limitaram-se a falar o que era visto e nada acrescentaram ao espectador que preferiria uma leitura de jogo além do evidente. Faltou qualidade às palavras.

Não me agradou a ideia da CBF TV! A transmissão não pode ficar na mão do promotor por uma questão de lisura e transparência na mostragem do evento.

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