Para colunista, mídia tratou o ex-treinador ddo Flamengo como um verdadeiro vilão (Gilvan de Souza/Flamengo) |
O mais recompensador é o que o final da história conhecemos bem: os fatos acabam descendo pela goela do biltre. Merece até um brinde!”. Não vou entrar no mérito da questão de MCP, apenas tomar a frase solta, aliás, é disso que gosto do Twitter, das frases soltas de histórias.
Albio Melchioretto albio.melchioretto@gmail.com @amelchioretto |
José Mourinho, treinador do Manchester United é muitas vezes visto como vilão ou como um personagem prosaico arrogante a desafiar a mídia. Uma espécie de Dunga Treinador, só que bem-sucedido. Aproveitei as férias da academia para degustar novas leituras. Na busca por outros textos encontrei um editorial do The Guardian, criticando a mesmice de Mourinho e seus discursos que tentam desqualificar o sucesso do seu adversário direito. Para um vilão, há o outro, o herói. O editorial do The Guardian trabalha muito bem com esta dicotomia.
Desconstrói o trabalho de Mourinho e supervaloriza, em poucas palavras o sucesso de Guardiola. Não é uma questão de defesa de A ou B, mas é um editorial que desmonta um trabalho e aponta outro. Pessoalmente prefiro o treinador do City, mas uma coisa é preferência pessoal, outra é um texto para um editorial.
Os primeiros dias do ano deixaram a pauta esportiva no Brasil com um violão próprio - Reinaldo Rueda. A mídia tratou o treinador da seleção chilena como um verdadeiro vilão. Entendo o fato da seguinte forma. O trabalhador estava de férias, no retorno dela, ele tomou as decisões que cabiam e deu uma direção ao seu trabalho. Não vejo grande dificuldade em entender isto. Mas os programas de debate da tarde vociferavam contra o treinador exigindo que ele quebrasse a pausa natalina para resolver problemas da instituição que então estava ligado. Nesta celeuma toda encontrar notícias diferentes daquelas da televisão esportiva brasileira foi um trabalho ardiloso. A mídia informacional do Chile e da Colômbia pouca coisa noticiava. O que vi de lá, eram as mesmas coisas que saiam por aqui. A mídia brasileira criticava e muito (e com certa razão) a passividade da diretoria do Flamengo, mas não vi nenhum canal enviar um correspondente internacional para Colômbia ou para o Chile. Criou-se um vilão à distância e os fatos não foram apurados. Talvez a mídia de Chile e Colômbia trabalhavam com maturidade superior o fato que a mídia de cá.
Fatos colocados sobre a mesa, o que pretendo chamar atenção, na coluna de hoje são os personagens que a mídia cria o tempo inteiro. Elege vilões, conduzem a um processo público de execução, como se fosse justo, e escolhe alguns bodes para heroizinhos. No fundo, são pessoas com poder de decisão e exercício de escolha por caminhos que julgam ser melhores ou piores, mas são escolhas. O trabalho de Mourinho é possível de questionamentos, como também poder-se- ia fazer diferente no caso Rueda, mas não são vilões, nem mocinhos, são bons treinadores que exercem escolhas. Pelo visto nos primeiros dias, um ano novo, mas de práticas velhas.
Curta nossa página no FACEBOOK.
Siga o Esporteemidia.com no TWITTER.
Nos acompanhe no GOOGLE+.