COLUNA #193 | A mídia me assusta, por Albio Melchioretto

Para defender título da coluna, analista usa repercussão do entrevero entre o técnico Fábio Carille e a imprensa (Reprodução/TV Cultura)
A imprensa me assusta algumas vezes. Usarei alguns fatos dos últimos dias. O caso Carille, os jogadores do Vasco e a repercussão que isso tudo toma atravessando com o caso Juninho Pernambuco com a última coluna (bem escrita) do colega Alípio Jr. Proponho um devaneio sobre cada um deles. A começar pelo ex-treinador do Corinthians.

Finalmente Carille foi. Acredito que ele seja o maior responsável pelo sucesso dos jogadores do Corinthians nos últimos meses. Mas o ponto que me incomoda foi a forma como o assunto foi tratado. Há poucos dias, Juninho Pernambucano criticou o trabalho deficitário exercido por alguns setoristas, o que faz muito sentido quando pensamos o caso Carille. Se houvesse um trabalho bem feito em reportagem investigativa, haveria furo de reportagem e não especulação. Romper a paz e a privacidade dos pais do treinador em busca de algo não é trabalho investigativo, mas invasivo. A notícia tomou conta da mídia como se fosse a maior transação da história do futebol brasileiro.  Um exagero sobre especulação e quase nada de informação, de factual. Diante do caos estabelecido o treinador vai a mídia e diz “grande parte da imprensa é mentirosos”. E o estapafúrdio se estabeleceu. Já apareceu associação daqui e dali com notas oficiais e muito mimimi. Carille, no máximo, apresentou uma falácia de generalização apressada, mas a especulação no lugar da notícia, no mínimo, verdade não é. Mas não é motivo para estabelecer uma guerra entre imprensa e jogador e diversos jornalistas sentido as dores dos mentiroso. Seria mais digno uma reflexão, tal qual, Pernambuco fez antes de ser defenestrado pelo empregador.

Albio Melchioretto
albio.melchioretto@gmail.com
@amelchioretto
Na onda das situações caóticos, os guris do Vasco da Gama, num momento de infelicidade criticaram a torcida e ainda postaram das redes sociais. Então, muitos moralistas, com microfone na mão gritaram, julgaram. Vamos as partes. Existe a torcida, torcedores de oportunidade e mal-educados que intimam jogadores. Há bons jogadores e outros medíocres que vivem em campo. Se a torcida provoca, o jogador é humano. Qual o problema disso tudo? O exagero que se cria sobre uma situação que poderia ser contornada internamente sem apelar pela mídia de oportunidade. Mas me parece que o presidente do clube, transformou um evento eterno numa grande bomba jogando para as garras de oportunistas moleques imaturos, não seria melhor orientar para o trato com a torcida? E no final do jogo, a vitória heroica no Chile tornou-se segundo plano pelas perguntas de repórteres e outros interessados. Tenha dó!

E encerro retomando a coluna do colega Alípio Jr. Alguns leitores bem lembraram, após o bom texto, há espaço demais para discussão com assuntos de menos. Não falo em limitar os espaços de discussão, nos canais esportivos, mas sim, qualificar. Há muita coisa acontecendo no futebol. Mas a mídia prefere saídas e fotinhos de redes sociais. Nos espectadores e aficionados sobre tão responsáveis quanto aqueles da telinha. As brincadeiras, a falta de conteúdo, a exploração plana traz retorno de audiência, pelo visto, Carilles e os guris do Vasco serão tantos outros.

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5 Comentários

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  1. A mídia pegou muito leve com os "jogadores" do Vasco, perdemos uma oportunidade impar de nos livrar de no mínimo quatro tranqueiras que atrapalham a equipe, deviam ter pego bem mais pesado. Gostei da forma que o Villani, a cada dia se supera, falou sobre o caso. Quem insulta a torcida de sua equipe merece justa causa, é a torcida quem paga os jogadores.
    Só pra constar, Paulão e Wellington não são guris a muito tempo.

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  2. Conheço pouquíssimas classes tão unidas quanto a imprensa. Não pode ser minimamente contrariada que aparece o corporativismo de sempre. Fulano de Emissora A defendendo Cicrano de Emissora B e vice-versa.

    Mídia também erra (por vezes até mais do que acerta), polemiza e tenta influenciar ao seu bel prazer. Apesar de vivermos num país onde grande parte das pessoas são BURRAS FEITO PORTAS (só ver esses infelizes que fazem fila em postos de gasolina com preços hiperfaturados ao invés de ficarem quietos em casa, evitando comprar o combustível cheio de impostos), ainda há uma classe pensante, que enxerga as coisas como elas são. E é muito desanimador vermos o que se tornou o jornalismo esportivo em pleno 2018.

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    1. Concordo com quase tudo que você disse. Só acho que a mídia não é unida de forma orgânica; existem classes mais unidas juridicamente falando e existe muita falsidade na imprensa também. Mas quando um é atacado, se juntam realmente para defender.

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  3. Concordo com o colunista, mas só acrescento uma observação em volta de tudo isso, a respeito do ex-técnico do Corinthians. Foi vitorioso na sua passagem no comando do Corinthians, mas ele mesmo era cheio de mi-mi-mi. Quem não se lembra da demissão do Eduardo Baptista no Palmeiras, o piti federal que ele deu. E um jogo, se não me engano contra o Grêmio, que perderam e soltou os cachorros no árbitro pq não deu um arremesso lateral pro time dele como isso fosse o fator decisivo pra derrota do time dele. Concordo com tudo que foi dito na matéria, mas nessa história ninguém é santo.

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  4. Existe corporativismo em todas as classes,isto não significa que a imprensa erra mais que os outros,e alguns torcedores podem invadir treinos e bater em jogadores,também é muito mimi por parte de fanáticos.

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