Coluna do Professor #218, por Albio Melchioretto

CULPADO OU INOCENTE?

Este texto é uma homenagem a Mayara Petruso; Molly Lensig; Petra Leão e Idelber Avelar.

No jogo entre Corinthians e Vasco da Gama, no sábado, 17, a repórter Fabíola Andrade, da Rede Globo, envolveu-se numa situação inusitada. O auxiliar da repórter, por meio de um ângulo de filmagem é mostrado como se houvesse tocado de maneira imprópria a repórter. Por outro ângulo esta versão é desmentida. No dia seguinte, a repórter, numa mídia social esclarece que não houve assédio. E aqui um adendo, a Fabíola é uma pessoa superatenciosa nas mídias. Fantástica e sou fã do trabalho dela e respeito a maneira graciosa como ela trata os seguidores.

Colunista repercute o caso envolvendo a repórter Fabíola Andrade (Reprodução)
O fato todo me fez pensar nos últimos dias sobre o linchamento virtual. Uma prática de agressividade forte e viva, principalmente nas mídias sociais. Para Raquel Recuero (pesquisadora do ciberespaço), o on-line tende a agressividade e as críticas dirigidas para tela, ao invés do outro, assumem uma forma assustadora de justiça pelas próprias mãos. A independer das partes, entregamos um rótulo a outrem e assim a vida segue. Muitas vezes, as mídias sociais se tornam caixas de reverberação com intuito de desqualificar o outro. Sem ao menos ouvi-lo.

Albio Melchioretto
albio.melchioretto@gmail.com
@amelchioretto
Mas aqui há um problema sério. Do apedrejamento virtual chegamos a uma ação tirânica, muitas vezes desproporcional. O profissional envolvido no caso com Fabíola de Andrade, foi julgado e condenado nas mídias sem ao menos, ser ouvido. Há uma desproporção entre delito e a punição. É óbvio que toda e qualquer violência contra a mulher deva ser superada e os agressores punidos, mas a questão não é esta, a questão é o que nos, no senso comum, fizemos com isto. Uma atitude de terror, ditada por um sentimento de ódio que é incapaz de pensar a possibilidade de inocência de outrem. Julgar não é condenar ou violar o outro, julgar é pesar as medidas numa busca de proporcionalidade. Fato que não houve com o profissional em questão. A tribalização das práticas de ódio favorece uma tirania da maioria. Se ele foi culpado ou inocente, não cabe a nós o julgamento, para isto existem vias legais e judiciais. Mas por que insistimos na condenação permanente?

Alguns dirão, são as mídias, mas o problema em si, não é da ferramenta, mas da ação violenta do usuário. Ele julga a vida, como se fossem eternos torcedores, deixando a racionalidade de lado e o olhar para o outro em segundo plano.

#deixaelatrabalhar

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2 Comentários

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  1. Impressionante como existem pessoas safadas e mal-intencionadas, com pedras na mão prontas pra serem arremessadas sem o menor critério. O cara, que apenas fazia seu trabalho, foi bombardeado como se fosse o pior bandido da face da terra. Várias pessoas se posicionando, antes e depois, a favor da jornalista, mas, não li nenhuma nota de retratação em prol do operador. Tenho asco dessa geração cheia de filhos-da-puta.

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  2. A galerinha do Helenão é cheia disso, mais uma vez agindo como de praxe.

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