PAREM AS MÁQUINAS! EXCLAMAÇÃO SIDÃO.
Revi diversas vezes o vídeo da repórter Júlia Guimarães entregando, ou, pelo menos, tentando, entregar o troféu de craque do jogo ao Sidão. Uma cena constrangedora. O fato me fez pensar em três reflexões que uso em meu expediente pedagógico na universidade. Vamos aos três pontos.
O primeiro ponto é a construção de uma avaliação. Uma atividade avaliativa bem construída apresenta critérios claros e enunciado com certa objetividade. Uma questão mal feita dá margem a inúmeras interpretações e não traz dados de mensuração. Uma pergunta, ou um enunciado bem-feito, direciona para uma construção aceitável. A pergunta, qual é o craque do jogo, tem um enunciado aberto, não apresenta critérios e qualquer resposta é válida. O primeiro problema que diagnostico é uma enquete mal estruturada. Será que o fenômeno Kudela não nos ensinou nada? O filósofo Sócrates afirmava que são as perguntas que movem o mundo, mas acrescento, perguntas bem-feitas. O enunciado poderia ser, “qual o craque do jogo”, porém, que tal haver alternativas aceitáveis de acordo com os comentaristas da televisão transmissora? Isto tornaria a questão válida e apresentaria critérios.
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Colunista comenta a entrega de troféu Craque de Jogo a goleiro do Vasco (Reprodução/Globo) |
O segundo ponto está na proatividade. Ser proativo é uma das características exigidas em diversos processos seletivos profissionais. Empresas esperam que o colaborador tenha capacidade de tomada de decisões e iniciativas em momentos necessários. Agora transportemos isso ao mundo do jogo do final de semana. Se a equipe de transmissão fosse proativa em relação ao resultado desastroso e impedisse a entrega do troféu? Alguém diria que houve cadeia de comando. Ok! E a proatividade aparece em que horas? A independer do comando, da direção, proatividade é parar e propor um questionamento ou até mesmo uma atitude de negação. Bom senso prevalece sobre ordens e também é uma questão de personalidade. É mais significativo pedir desculpas, que permissão!
O último ponto está em pesquisa na rede. Uma emissora do tamanho do Grupo Globo não pode se dar ao luxo de desconhecer como funciona os mecanismos de pesquisa no ciberespaço. Os modelos baseados em indivíduos e seus atributos não conseguem ver o quadro todo, ele é fraccionado pela ausência de um grupo de controle, quando feita da maneira aberta como a proposta. O resultado construído em pesquisas assim é apenas um grafo que pode ser espontâneo, produtos de boots, ou ainda, de influenciadores. Se os mecanismos de fake news e boots influenciaram eleições desde Trump, Brexit, Brasil e Ucrânia, por qual motivo uma escolha boba de “craque do jogo” passaria ilesa? O ciberespaço gera uma diversidade de formas, a universidade tenta compreendê-las há tempos, e o principal grupo de mídia do país cai em armadilha criada por ela mesma, e não foi a primeira vez. Não sabe fazer? Chame os universitários.
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Perfeito.
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