COLUNA #178 | A relação da Imprensa com a Seleção FEMININA, por Alipio Jr.


Colunista faz análise da relação da imprensa com a seleção feminina de futebol(Foto: Assessoria CBF)
Numa visão muito particular, compreendo que há inúmeros fatores que impedem o avanço do futebol feminino no Brasil. Começa na análise da nossa sociedade e na maneira como enxergam mulheres jogando bola, passa pela falta de investimento/ organização e culmina no desinteresse do público. Há alguns poucos anos atrás era quase que proibido que uma mulher se interessasse pelo futebol e até a presença no estádio passa por alguns percalços e casos de assédio, que precisam ser constantemente combatidos.

A cada nova competição, a imprensa repete o mantra de que agora o futebol feminino vai decolar. A imprensa lota a programação de matérias de superação e investe na visibilidade do esporte. O problema é a seletividade. Quantas matérias foram feitas reclamando da principal responsável pelo esporte no país? Mandam indiretas para a CBF, mas boa parte da imprensa de maneira covarde se esconde em mensagens quase que enigmáticas.

A Rede Globo comprou a ideia de transmitir a Copa do Mundo. E começou bem. Transmitiu mais de um jogo, inundou os programas com a Seleção Feminina e mesmo sabendo das limitações técnicas, físicas e principalmente, da incompetência do Vadão, tentou inflamar o telespectador a torcer. Colocou seus principais narradores e de maneira inédita, um jogo no domingo 16h, mesmo com a Copa América masculina rolando.

O Brasil foi eliminado e a Copa do Mundo sumiu da programação. É preciso olhar atento para esbarrar com os gols em um outro telejornal. Mas não se fala mais nela e está relegada aos canais a cabo do grupo. Procedimento diferente do que foi adotado na Copa do Mundo masculina. O discurso de igualdade, de impulsionar o esporte, desceu pelo ralo.

Alipio Jr.
@alipiojr
Coletivas de Imprensa
Na última semana tivemos a apresentação do lateral-direito Rafinha no Flamengo. Rafinha foi multicampeão no Bayern e o Flamengo tem um time imponente, com elenco para disputar os principais títulos do país, como já vem fazendo.

Diante de tudo isso, por que a imprensa se comporta como fã?

“Rafinha, qual é o maior time do mundo na sua opinião?”

“Rafinha, o Flamengo é favorito ao título?”

Nem o jogador e nem o clube precisam disso. E tal comportamento não acontece em outras coletivas de imprensa, quando os mesmos profissionais estão presentes. O comportamento é outro. Então é uma demonstração de que são capazes de agir imparcialmente.

Abraços e até a próxima.



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2 Comentários

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  1. De acordo contigo em tudo, menos na parte "A Rede Globo comprou a ideia de transmitir a Copa do Mundo"; Ela na verdade comprou a ideia de transmitir os jogos do Brasil na Copa do Mundo naquela maior varzea parecendo torcedores de arquibancada narrando e comentando os jogos.

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  2. Tecnicamente "A Carioca" faria o que foi feito de fato, acompanhar esse time remendado do Brasil, até onde a equipe chegasse, assim, como tecnicamente, Rafinha embora tenha conquistado títulos no Bayern, é mais um atleta repatriado que nada mais é do que outro da trupe dos ex-jogadores em atividade no futebol brasileiro, que tanto "adora" se gabar disso!

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