(Reprodução/SporTV) |
Na cabine de transmissão, Milton Leite descreveu assim o lance: "Sobra para o Bruno... Ô, Bruno Octávio, que beleza! Ele nunca fez um gol na vida de fora da área. Ele pensou: "agora eu se consagro". E pegou de tornozelo na bola. Mais um momento patético de Bruno Octávio"
A narração marcou as carreiras de Milton Leite e Bruno Octávio. Depois de 12 anos, eles se encontraram pela primeira vez no programa 'Fala Muito', do SporTV.
"Hoje, eu me arrependo. Claramente eu exagerei. Eu faço muito essa brincadeira até hoje, uso muito esse bordão ("agora eu se consagro"). Estava começando no canal, estava empolgado. A forma que coloquei, os adjetivos, confesso que exagerei. No vídeo, fui muito depreciativo. Hoje, encaro um jogador profissional com outra visão. Ninguém vira profissional se não for um bom jogador. Se chegou no profissional, sabe jogar bola", diz o narrador.
"Toda entrevista que faço, é a primeira pergunta. De verdade, não fiquei ofendido. Foi na pessoa jurídica. Em todos os jogos tem algum que dá uma canelada. Alguns adjetivos não foram corretos no momento. Passou. Não era para ter tomado essa proporção toda. Doze anos depois, estamos falando disso. Não fiquei ofendido. Já escutei muita coisa pior na arquibancada. Milton está mais do que desculpado. Não precisava nem ter pedido desculpa", conta o ex-jogador do Corinthians.
O bordão usado por Milton Leite não começou naquele jogo. Aliás, Milton sequer sabe quando começou. Porém, há um erro de português. O correto seria "hoje eu me consagro". "Eu não sei como todos bordões começaram. Alguns, uns amigos da roda me falavam. Um dia eu botei na transmissão e ficou legal. É uma forma de brincar. Hoje em dia, na maioria das vezes que uso, faço um adendo: "Ministério da Educação adverte, essa frase tem um grave erro de português, não pode repetir em casa". Tenho torcedores mirins que gostam de mim. Faz parte de um processo educativo", explica Milton Leite.
O lance de Bruno Octávio mereceu o bordão e o volante tenta explicar o que aconteceu. "Eu não lembro do lance. Você não pensa quando acontece. Era um contra-ataque. Eu dominei no peito. Todo mundo estava vindo ao meu encontro. Eu pensei: "chuta no gol". O máximo que vai acontecer é cobrar o tiro de meta. E se a bola entra?".