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O repórter Jairo Silva Júnior, da Rádio Transamérica de Curitiba, detido pela Polícia Militar de Santa Catarina após fazer imagens de policiais agindo com truculência contra membros da comissão técnica do Paraná Clube após o jogo da equipe com o Criciúma, pela Série B, disse em vídeo que a detenção aconteceu após determinação do representante da CBF na partida, Robson Cechinel.
Cechinel foi identificado por Jairo como o responsável por acionar a PMSC, muito embora o nome dele não conste na súmula da partida. Cechinel portava um crachá da CBF como delegado da partida, mas seu nome não foi encontrado nos sites da CBF ou da Federação Catarinense de Futebol. De acordo com os repórteres, ele estava no gramado distribuindo os coletes de imprensa.
Jairo conversou com o UOL Esporte e contou que tudo começou quando Cechinel pediu à Polícia Militar catarinense que retirasse o diretor de futebol do Paraná, Alex Brasil, do túnel de acesso aos vestiários. "O representante da CBF falou que ele não poderia estar ali. O Alex tentou argumentar com ele e o supervisor disse não e chamou a Polícia. O Alex falou com os policiais, mas eles o trataram de maneira truculenta. Aí, o Irapitan Costa (assessor de imprensa do Paraná) começou a filmar e fotografar a ação dos policiais e eu, instintivamente, comecei a fazer o relato jornalístico do que estava vendo", contou, "Em nenhum momento filmei o campo, os jogadores. Tentei fazer o registro jornalístico da ação policial contra Alex Brasil e Irapitan Costa. E o supervisor me viu. Ao me ver, veio até mim e tentou tirar o celular da minha mão de uma maneira brusca".
Jairo disse que ouviu que não poderia fazer imagens do campo. Ele contrapôs: "Eu disse, 'o que é isso, amigo?', e ele disse que eu não poderia filmar ou fotografar dentro do campo. Disse, 'tudo bem, mas você não tem o direito de tentar pegar o celular da minha mão. Coloque no relatório e a CBF vai me punir. A gente é credenciado por rádio e, se não pode fazer imagens por celular, a gente pode ser suspenso. É isso que ele deveria fazer. Nunca tentar tomar meu celular. Aí a gente discutiu e ele chamou a PMSC. A Polícia me tirou e me levou para uma sala". O repórter afirma ter sido bem tratado durante a detenção.
Entretanto, os incômodos seguirão pelo menos até fevereiro do próximo ano. "Nos disseram que em Santa Catarina existe uma lei que determina que qualquer pessoa que filme uma abordagem policial tem o celular aprendido como prova de defesa da PM. A gente ficou uma hora por lá, assinamos um termo circunstanciado e o compromisso de ter de voltar no dia 19 de fevereiro de 2020 para uma audiência. Eles disseram que vão devolver meus dois celulares, mas eu terei de voltar até Criciúma para pegar."
Que rolo descomunal.
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