Coluna do Professor #337, por Albio Melchioretto

(Reprodução)

QUEM PAGOU A CONTA?

Quem pagou os $20 milhões à Federação Peruana pelos direitos de transmissão? Se foi a CBF, se sim, porque seus patrocinadores não estiveram na tela da TV Brasil? Se foi o governo a pergunta é, com qual dinheiro público enquanto mergulhamos numa crise econômica? Por que na transmissão da TV Brasil não houve transparência para mostrar a negociação?

O jogo teve um pico de 4 pontos a transmissão sem divulgação. Foi a maior audiência da história do canal na capital paulista. A média é de 0,16. O que mostra a efetividade de um bom jogo, porém, quem pagou?

Ainda há outro ponto em discussão:

Albio Melchioretto
albio.melchioretto@gmail.com
@professoralbio
A Lei Pelé determina (9615/98): "Art. 84-A. Todos os jogos das Seleções Brasileiras de futebol, em competições oficiais, deverão ser exibidos, pelo menos, em uma rede nacional de televisão aberta, com transmissão ao vivo, inclusive para as cidades brasileiras nas quais os mesmos estejam sendo realizados. (Incluído pela Lei nº 9.981, de 2000). Parágrafo único. As empresas de televisão de comum acordo, ou por rodízio, ou por arbitramento, resolverão como cumprir o disposto neste artigo, caso nenhuma delas se interesse pela transmissão. O órgão competente fará o arbitramento.

Durante a semana o governo afirmou desconhecer esta exigência. Desculpe, mas se desconhece é incompetente ou a assessoria é inadequada. A motivação não foi esta, mas passou por conta de interesses pútridos, mas aconteceu. Se há uma lei, o que prevalece, o direito constitucional ou o interesse econômico? E a pergunta que insisto, quem pagou a conta?

Ontem, 13 de outubro, o STJD advertiu Carol Solberg pela frase “Fora Bolsonaro” ao final de um evento do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia. Expressar-se desta forma é ruim, diz o tribunal da mordaça, mas o narrador de um canal público elogiar o presidente durante a transmissão do futebol pode? E elogiar a ação do ministério do meio ambiente é pútrido. O Pantanal morre queimado e a ação de prevenção nada mais é do que obrigação. Passar propaganda da agenda do executivo no intervalo do jogo é lícito, mas uma atleta gritar diante a limação das políticas públicas de afirmação social não… que país é este? Que pesos e medidas são tomadas quando os interesses políticos são justiça social. A TV pública foi ontem usada como instrumento de propaganda no mesmo dia que uma atleta foi amordaçada a lá Tiradentes.

A instrumentalização política de ontem esteva no canal que este governo perseguiu durante a campanha, limou equipes de profissionais no início da gestão, destruiu a participação das universidades, eliminou programas culturais, transformando a tela em palanque de propaganda, enchendo-o de enlatados. Parece que agora a TV Brasil serve, mas antes não… que tipo de televisão pública temos?




7 Comentários

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  1. Não lembro de críticas quando o governo federal, via Eletrobrás e Caixa, patrocinavam times de futebol em outros governos

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    1. Fora Bolsonaro!!!

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    2. E nao lembro de outros governos terem prometido acabar ou privatizar com a TV estatal pq estavam "cheia de petistas", p depois fazer o que condenavam

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  2. Primeiramente, os valores junto a agência estavam na ordem de US$1.000.000,00, que se distanciam dos 20 milhões de reais da notícia.
    Outra situação é, a Lei obriga quem a pagar, porque os direitos não pertencem a CBF então alguém tem que negociar com a Federação do país, e transmitir? Isto cria uma insegurança sobre a própria CBF e os player do mercado de transmissão.

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  3. Esse comentarista se esquece que o governo do preside bananão é igualmente detestável como foi do Luladrão,que gastou 2 bilhões de reais em um canal com audiência pifia,isso este blogueiro não fala.

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  4. blogueiro esquerdista...só tem uma visão dos fatos,vai para ARGENTINA lá tá bem melhor.

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  5. Outra vez uma coluna cheia de informações erradas. Custa ir à fundo pesquisar? Os 20 milhões de dólares que a Mediapro pede é pelo pacote completo, o jogo avulso é vendido por 2,5 milhões de dólares. E a CBF pagou um valor menor pelo direito APENAS dessa partida contra o Peru e por valor menor que os 2,5 milhões de dólares.

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