Foto: Reprodução/TV Globo |
A recente participação de Ronaldo no programa de Ana Maria Braga gerou um atrito significativo entre a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a TV Globo, informa Rodrigo Mattos no UOL. Durante o programa, a apresentadora pediu votos para o ex-jogador em uma futura eleição na confederação, onde Ronaldo se declarou candidato à presidência.
A situação irritou profundamente o atual presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que busca a reeleição. Rodrigues interpretou a atitude de Ana Maria Braga como uma parcialidade em favor da campanha de Ronaldo, o que ele considerou um ataque direto à sua permanência no cargo.
A relação entre CBF e Globo é marcada por importantes contratos comerciais, incluindo os direitos de transmissão da Copa do Brasil e dos jogos da seleção brasileira. Recentemente, ambas as partes fecharam um acordo para a transmissão da Supercopa, válido por três anos. No entanto, as declarações de Ana Maria Braga afetaram o anúncio oficial desse contrato, já que a CBF ainda não devolveu o documento assinado à emissora, travando a divulgação.
No início da semana, Ronaldo participou do Jornal Nacional, onde se declarou candidato à presidência da CBF. A eleição está prevista para ocorrer entre abril de 2025 e março de 2026, quando termina o atual mandato de Ednaldo Rodrigues. Após a entrevista, Ronaldo esteve com dirigentes da Globo e, no dia seguinte, participou do programa de Ana Maria Braga, onde a apresentadora atuou como cabo eleitoral do ex-jogador.
"Se nós, o povo, pudéssemos votar, seria unanimidade", disse Ana Maria Braga durante o programa. "Gente, vota nele. Vamos começar a campanha", acrescentou.
As declarações de Ana Maria Braga e as críticas de Ronaldo à gestão da CBF, alegando que a má fase da seleção está relacionada à administração da entidade, aumentaram a tensão. Ronaldo, que também é dono e gestor do time espanhol Valladolid, ameaçado de rebaixamento, não poupou críticas à atual gestão da CBF.
Após o incidente, a Globo procurou Ednaldo Rodrigues para amenizar o desconforto, explicando que a emissora não tem lado em campanhas eleitorais dentro da entidade e ressaltando sua imparcialidade. Embora o entendimento seja de que a situação foi apaziguada, só o tempo dirá se a tensão realmente chegou ao fim.