Coluna do professor #402: A nova era dos canais esportivos

Foto: Reprodução/Facebook

No ano de 2018, a Turner decidiu encerrar o canal Esporte Interativo, e seus canais irmãos, EI Maxx e EI Maxx2. Como canal de televisão foram 11 anos de história, desde sua fundação foi em 2007, com transmissão exclusiva em parabólica, depois com canais parceiros, como a Gazeta, em São Paulo, a Meio Norte, no Piauí, com algumas repetidoras, ligadas ao sistema Eldorado, pelo país, e mais tarde, nas operadoras de televisão. 
 
André Henning falando do fim do projeto EI, em entrevista ao Rica Perrone, afirmou, “o custo de se manter um negócio era muito alto [...] o Brasil é um país que não suporta 11 canais esportivos, Sportv1, 2 e 3...”


A entrevista foi em 2022, hoje, terceiro domingo de 2025, são quantos os canais esportivos? São mais que 11, incluindo os canais lineares e eventuais. A estes somam-se os canais esportivos do YouTube com transmissões de imagens e jogos ao vivo. No final de semana vimos as Rádios Itatiaia e Transamérica com imagens. O mercado, com os estaduais vive uma explosão de transmissões esportivas ao vivo. 

Enquanto, o produto “TV paga” diminui o número de usuários, vive-se um paradoxo, abertura de novos canais esportivos e noticiosos. O que temos de diferente, no cenário esportivo, é o fim da exclusividade. Os eventos estão pulverizando entre os veículos de transmissão. Há espaço para muita gente. A lei do mandante contribui para este novo modelo. Trouxe outro paradigma para as negociações, mas não é o único fator.  

Além deste, os organizadores entenderam que é tempo de multiplataforma. Transmissão em televisão aberta, com jogos na televisão paga e a associação em plataformas de streaming. Um bom exemplo é o encontro entre SC Corinthians Paulista e AE Velo Clube. Jogo na aberta pela Record; no Streaming pela CazéTV, no YouTube e R7. Operadoras virtuais com UOL Play e Zapping, e TV paga, no Nosso Futebol+, com direito a replay, em horário alternativo no Canal UOL (aberto na Parabólica e TV paga). Será que mencionei todos? A pulverização dos direitos traz a amplitude do negócio. E este é o segundo ponto. Em vez de se ocupar com exclusividades, os organizadores verteram para outra lógica.  

O futebol não é um evento fechado, ele está para o espectador, que o consome como paixão. Então, é válido perguntar, com a lógica multiplataforma ficou mais fácil para o espectador? Tornou-se mais barato? 

A visão de que temos canais demais, se atualizada para o tempo presente, pode ser questionada. Há muita coisa acontecendo e muita coisa mostrada, nem sempre é um bom jogo.  

Sobre o autor:
Prof. Dr. Albio Fabian Melchioretto (www.albiofabian.com). Doutor em Desenvolvimento Regional. Professor pesquisador ligado a Faculdade SENAC Blumenau.

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