Coluna do professor #407: NASCAR faz falta na televisão brasileira

Foto: Instagram/NASCAR

A NASCAR é uma associação estadunidense de corridas automobilísticas que controla várias divisões.  Fundada em 1948, a NASCAR conta com prestígio e está entre as maiores audiências da televisão de lá. A coluna pretende pensar a (não) transmissão por aqui. 

A NASCAR, apesar de anos de declínio na audiência, nos últimos três anos mostrou um aumento, na casa de 18% na audiência, e planeja uma série semelhante ao Drive to Survive, para alcançar o público mais jovem.  

A modalidade teve sua estreia na televisão brasileira em 1989, pela TV Cultura, e passou por várias emissoras, incluindo a extinta TV Manchete, SporTV, SpeedChannel, Fox Sports, FX, Record News, RedeTV! e Band/BandSports. Aprendi a acompanhá-la pelo finado SpeedChannel (como este canal faz falta!) nas vozes de Sérgio Lago e Roberto Figueroa. Um estilo que até hoje faz falta. Narração leve e descontraída que faz falta.   

Em 2024, a Band exibiu algumas corridas no Canal 21, antes que os telecultos ocupassem o espaço. Além disso, houve transmissões abertas no BandPlay e via YouTube. Porém, a partir da temporada de 2025, as corridas serão transmitidas exclusivamente pelo canal oficial da NASCAR, com narração em inglês. 

Apesar do crescimento recente da audiência nos Estados Unidos, nenhuma emissora brasileira demonstrou interesse em investir na categoria. Segundo Dell Santo, em matéria intitulada “Sem acordo com a Band, Nascar fica de fora da TV no Brasil”, “a alta do dólar, que tem atrapalhado a aquisição de campeonatos de futebol e filmes, impediu que a emissora da família Saad estendesse a parceria com a empresa presidida por Brian France, que reajustou os valores”. Isso ocorreu mesmo com o dólar registrando uma queda percentual de mais de 7%. Será que o dólar é o verdadeiro vilão? 

A NASCAR conta com uma legião de fãs no Brasil, mas isso não tem sido suficiente para atrair investimentos de canais locais. A lógica do mercado é clara: anunciantes e retorno financeiro são prioridades. No entanto, os fãs são justamente o motor que impulsiona a audiência, refletindo diretamente no interesse dos anunciantes e no retorno esperado. Em um país onde até a NASCAR Brasil (uma categoria nacional inspirada na NASCAR) luta por espaço, será que o mercado é tão ríspido e fechado assim para a categoria mãe? 

P.S.: Sobre a coluna a Ypê TV neste domingo (9) mostrou a corrida da NASCAR.

Sobre o autor: 

Prof. Dr. Albio Fabian Melchioretto (www.albiofabian.com). Doutor em Desenvolvimento Regional. Professor pesquisador ligado a Faculdade SENAC Blumenau, editor do podcast, Tecendo Ideias.  

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